Animais não são brinquedos para presentear no Dia das Crianças, alerta o CRMV-RS

Deixar a escolha para última hora é um hábito comum entre os consumidores brasileiros, e isso pode acarretar em um erro grave: presentear os pequenos com animais. “Estamos falando em seres vivos que necessitam que a família e o ambiente estejam preparados para recebê-los, o que não ocorre na maioria das vezes quando o animal é tratado como presente”, adverte Lisandra Dornelles, presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio Grande do Sul (CMRV-RS).

Por isso, quem leva um animal para casa, seja ele um bichinho de companhia, de grande porte ou produção, precisa ter claro, em primeiro lugar, que ele não é brinquedo nem presente, e não pode ser tratado dessa forma. Adotar ou comprar requer uma série de medidas que envolvem a preparação da família e o local que o receberá.

O mais comum é a adoção ou compra de pets, especialmente cães, gatos e aves, mas também há quem opte por roedores, coelhos ou répteis, por exemplo. Não importa a espécie, de cavalos a porquinhos-da-índia, o fundamental é saber se a família está preparada para atender às necessidades de uma nova vida.

Para ajudar, o CRMV-RS preparou algumas dicas que podem ser adotadas para todas as espécies e também orientações individuais, de acordo com as característica de cada uma. Confira!

Dicas comuns

Paciência na adaptação
Animais resgatados destinados à adoção normalmente passaram por experiências ruins – fome, sede, dor, doenças, brigas e até mesmo maus-tratos e envenenamento – nas ruas e chegam assustados. Mas com paciência, amor, dedicação e cuidados veterinários é possível dar a eles uma nova perspectiva, qualidade de vida e bem-estar. Isso exige um certo tempo. Leve tudo isso em conta. Não devolva o animal para quem o doou, isso só aumentará sua dificuldade de adaptação em um próximo lar. Tenha paciência. Essa adaptação pode não acontecer de um dia para o outro, mas ela ocorrerá, é só questão de tempo.

Família envolvida
A chegada de um novo integrante precisa envolver toda a família. É necessário que cada um esteja aberto à mudança de hábitos e das rotinas que chegam com o morador. É preciso ter espaço e tempo disponíveis para cuidar do animal e incluí-lo no orçamento doméstico, pois ele irá gerar custos com alimentação e serviços veterinários, e necessitará de acesso a lazer e atividade física, além, é claro, de muito carinho.

Cuidados para uma vida
Um animal de estimação vive, em média, 12 anos. Cães pequenos e gatos, por exemplo, podem passar dos 15 anos de idade. Papagaios vivem, em média, 80 anos.
Com a idade, doenças como câncer, problemas articulares e de coluna podem ocorrer, resultando em cirurgias ou tratamentos paliativos de alto custo. Por isso, é importante que todos esses episódios sejam levados em conta na hora de decidir por ter um pet.

Conheça as características da espécie
Ao decidir levar um bichinho para casa, é fundamental buscar informações a seu respeito. A falta de conhecimento é um dos principais motivos de abandono. Por isso, quanto mais se sabe a respeito da espécie que se pretende adotar, mais fácil tende a ser a adaptação.

Atenção à saúde
Todo animal requer atenção, de questões básicas, como oferecer comida de qualidade, água fresca e abrigo, a cuidados específicos. Vacinação, castração, higiene e combate a parasitas são essenciais, em especial para cães e gatos. Cachorros necessitam de tosa para garantir conforto e higiene. Telar as janelas do apartamento, para quem tem gatos, é fundamental. Procure informações sobre a espécie que pretende adotar para garantir seu bem-estar.

Dedicação e carinho
Quem decide adotar precisa, antes de tudo, dedicar tempo proporcional às necessidades da espécie escolhida, sem esquecer que amor e carinho são essenciais. Brincadeiras e exercícios garantem o bom desenvolvimento de cães e gatos, pois ajudam na socialização e evitam fugas e acidentes, como mordidas. Pequenos roedores ou peixes podem ser opções para quem dispõe de um período mais curto de atenção.

 

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