Quando é melhor entregar um imóvel sem acabamentos e móveis? O proprietário deve ao menos pintar as paredes e já deixar o gesso pronto? E quando vale a pena para o locatário realizar uma reforma? Estas e outras dúvidas são comuns entre quem vende, compra e aluga imóveis, ou mesmo ocupa um imóvel próprio.
A primeira questão, segundo a sócia-proprietária da Construtora Plano Forte, Carla Boabaid, é: qual é o objetivo da reforma? “Somos especialistas em reformas e costumamos nos deparar com dúvidas assim. Mas tudo depende dos planos do cliente e das negociações do imóvel. Em muitos casos, consultamos ou trabalhamos em parceria com as imobiliárias para auxiliá-los”, comenta Boabaid.
Quando o objetivo é vender ou alugar, a localização e o estado do imóvel são as principais características a serem consideradas. As reformas podem valorizar em até 40% os imóveis, segundo especialistas, além de reduzir o tempo para venda ou locação. Fernando Prates, proprietário da Imobiliária Prates, especializada em locação para executivos estrangeiros, recomenda que a cada dez anos, em média, a aparência do imóvel deve ser renovada, enquanto os cuidados com revisão de equipamentos, pintura e itens estruturais, devem ser constantes.
A dica, segundo Prates, é que os detalhes fazem toda a diferença e que a boa conservação e os cuidados constantes são essenciais. Imóveis reformados ou que aparentem boas condições de conservação costumam ser mais procurados. “Com o aspecto de imóvel novo, existem maiores chances de uma boa negociação. Os apartamentos antigos, especialmente com áreas privativas maiores, quando reformados e modernizados, se destacam”, detalha.
O empresário explica que, para venda, o imóvel deve estar adaptado à legislação municipal, atender fatores como acessibilidade e estacionamento, além de ter manutenção estrutural rigorosa, principalmente em hidráulica, elétrica e telhado. Corrigir infiltrações, revisar portas e janelas, modernizar armários, pisos e azulejos faz diferença na hora de alugar ou vender. “A aparência é um fator decisivo: imóveis limpos e com pintura nova sempre são os mais requisitados”, observa.
Negociação
O diretor da Imobiliária J8 Imóveis, Josélio Costa, explica que, em geral, quanto mais deteriorado o imóvel estiver, maior será o poder de negociação do comprador, uma vez que ele terá que investir tempo e dinheiro em reformas.
Costa recomenda a assessoria de um engenheiro e um corretor de imóveis, que possam orientar o proprietário em cada caso e avaliar se realizar melhorias realmente refletirá em valorização. “Se o imóvel em questão for uma casa em uma região procurada para construção de empreendimentos, ou se há construtoras interessadas nele, é provável que ele vá ser demolido, então não é indicado investir em reformas”, exemplifica.
Se a opção for por reformar, o empresário diz que é importante que o imóvel consiga transmitir as sensações de boa conservação e amplitude. “É importante dar preferência a cores claras e neutras, deixar as portas em bom estado e a iluminação funcionando”, indica. Os móveis planejados também costumam ser uma boa aposta em cômodos como quartos, cozinhas e banheiros.
Há muitos casos em que o proprietário e o locatário realizam a reforma em conjunto, segundo Carla Boabaid. “Muitas reformas que realizamos em imóveis alugados foram parcerias: o locatário instala acabamentos e móveis sob medida no imóvel em troca de abatimento de parcelas de aluguel pelas benfeitorias realizadas”, explica.