Apartamentos prontos para morar, com um ou dois dormitórios, área privativa média de 40 metros quadrados, na região central, com aluguel médio de R$ 1.000,00 e taxa de condomínio de R$ 300,00. Segundo a gerente da Senzala Imóveis, Augusta Coutinho Loch, esses são os imóveis que apresentaram maior procura em Curitiba no primeiro trimestre de 2015, aquecendo o setor de locação na capital paranaense. A empresária conta que, em março desse ano, na comparação com o mesmo mês do ano passado, o valor global de locações efetivadas na imobiliária cresceu 25%. Entretanto, o preço médio do aluguel teve queda no mesmo período: passou de R$ 1.800,00 para R$ 1.000,00 por mês.
O aumento da oferta de imóveis compactos para locação e a mudança no perfil de busca dos inquilinos são os principais fatores relacionados à alteração do preço médio do aluguel. “Em virtude da multiplicidade de opções, muitas pessoas estão mudando de imóvel para reduzir as despesas mensais, sem perda de área privativa. Além disso, no ano passado, os apartamentos com três dormitórios foram os mais locados, enquanto nesse ano prevalece a busca de imóveis de um e dois dormitórios”, analisa Augusta.
A gerente da imobiliária diz que os apartamentos compactos para locação têm atendido diferentes perfis de público. Eles compreendem tanto os estudantes que precisam de um imóvel menor e com baixo custo – que muitas vezes dividem habitações de 30 metros quadrados, estilo quitinete, com valor médio de aluguel de R$ 500,00 –, quanto famílias que estão de mudança para economizar nas despesas mensais. “Além de ter à sua disposição uma ampla gama de opções entre imóveis novos e usados, em diferentes regiões da cidade, o inquilino tem um grande poder de negociação nesse momento”, comenta.
Nesse cenário, a orientação para o proprietário é ser flexível e investir em benfeitorias no imóvel para se diferenciar da concorrência e assim atrair clientes, ou manter o imóvel ocupado. De acordo com Augusta, investir em piso laminado, armários na cozinha e no banheiro, além de box no chuveiro, tornam o bem mais atrativo e garantem que o inquilino permaneça nele, em vez de correr para o apartamento vizinho que tem o mesmo custo ou até está mais em conta. “Quem não aplicar recursos em melhorias, estiver com o preço do aluguel fora do mercado ou se negar a negociar, vai ficar com o imóvel vazio”, alerta.
Mesmo com a concorrência, a empresária diz que para o proprietário que adquiriu um imóvel compacto para fins de investimento, a locação é uma boa opção para recuperar parte dos recursos aplicados. “Ao colocar o imóvel para a venda, o proprietário que está recebendo o imóvel agora terá a concorrência da própria construtora e do vizinho, o que pode tornar esse processo mais lento. Optando pela locação, ele deixa de arcar com os custos de condomínio, IPTU, luz, água e gás, além de possibilitar que o investimento gere renda imediata. Ainda, com o valor do aluguel, pode pagar a parcela do financiamento e, no longo prazo, revender o imóvel”, argumenta Augusta.