Mais engenheiros e mais soluções

Na engenharia, aprende-se a planejar. Estabelecer metas a longo prazo e pensar em tudo antes que as coisas aconteçam. Gerenciamento de risco. A maioria dos engenheiros leva isso pra vida. Talvez não aconteça apenas com engenheiros, mas o mercado de engenharia definitivamente se baseia nisso: quem planeja melhor, no menor tempo possível, otimizando recursos e gerando lucro. Me envergonho quando vejo um asfalto mal feito. Penso se o engenheiro responsável realmente levou em consideração, no planejamento, o carregamento ao qual a rua estaria sujeita. Ou seria culpa do software? Se for, a função do humano em questão não seria contestar?

Mas o fato é que precisamos sim de mais engenheiros. Mais pessoas capazes de planejar, criar soluções para as mudanças climáticas, prever a falta de água, estabelecer estratégias para a falta de energia. Que mercado seguimos? Energia eólica? Solar? E os projetos de cidades inteligentes, auto sustentáveis? Seria utopia?

Precisamos de mais pessoas pensando nestas questões.

Um tempo atrás, ex-alunos discutiam a questão de um possível programa “mais engenheiros”, que até onde eu sei não saiu do papel. Na conversa, um deles argumentou “se precisamos de mais engenheiros, porque estou desempregado?”. Minha resposta hoje seria que, até onde percebo, algumas áreas da engenharia estão sim saturadas, mas ainda existe um gigantesco mercado para empresas de soluções tecnológicas. Este mercado não tem profissionais sobrando. Poucos engenheiros se dedicam a solucionar problemas que exigem grande domínio da física, matemática e química. Estas três áreas somadas resultam na diferença básica entre o profissional que é ou não capaz de gerar novas soluções para os problemas enfrentados pelo país atualmente.

A arquitetura hoje tem muito a ensinar a engenharia, pois traz a preocupação com o homem no seu currículo.

Este detalhe faz toda a diferença, pois tudo que se constrói tem como proposta servir ao ser humano. Porque então degradar o meio ambiente?

Neste aspecto, a inserção de disciplinas da área de humanas em um curso de engenharia só traz benefícios!

Porque engenharia não é um treinamento.

Trata-se de uma formação, de mudança de mentalidade, de desenvolver seus potenciais, principalmente se eles forem de liderança.

Quando eu escuto alguém dizer “minha cabeça não para de ter ideias nem por um minuto” eu automaticamente respondo “você deveria fazer engenharia. Precisamos de você!”

É dos momentos de crise que surgem as maiores oportunidades.

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