Entrega de apartamentos encerra drama de famílias de áreas de risco

No apartamento novo, Ivone vai morar com o marido e o filho. “Nossa vida vai melhorar bastante, é um alívio poder deixar a situação que vivemos”, afirma. Ela conta que o banheiro e a cozinha de sua casa desabaram para dentro do rio em uma forte chuva no ano passado. “A cada chuva as margens do rio iam desbarrancando e as rachaduras no piso da cozinha e do banheiro foram aumentando até o dia em que caiu tudo”, relembra. Assim como ela, outras 145 famílias da mesma vila, situada no Mossunguê, serão reassentadas nas novas moradias construídas no Santa Cândida.

Situação semelhante vivem os moradores da vila Hakin, em Santa Felicidade, ocupação que iniciou em meados dos anos 70, com a chegada de oito famílias em um terreno que margeia um córrego. A população local cresceu rapidamente e junto surgiram os problemas. O esgoto era despejado direto no rio, e a ausência de ruas impedia o acesso para a coleta do lixo. Das 114 famílias que a Cohab cadastrou no local, 54 estão em área imprópria para moradia e serão transferidas para os novos conjuntos do Santa Cândida.

Dona de casa Ivone do Rocio Arruda

Caso da dona de casa Pedrocina Lopes, de 63 anos, moradora da Vila Hakin há 14. A casa onde reside com o marido e a filha está com os muros e o piso rachando. “Quando começa a chover já vem aquele medo. Não sei mais quanto tempo essa casa aguenta em pé. Felizmente vamos mudar para o apartamento novo e deixar esta angústia para trás”, destaca.

A diarista Mariusa de Moraes, de 31 anos, estava inscrita na fila da Cohab há três anos e no ano passado foi sorteada para adquirir uma unidade no Residencial Imbuia. A norma do programa Minha Casa Minha Vida prevê que o atendimento para famílias inscritas no cadastro da Cohab com renda mensal de até R$ 1,6 mil se dá por sorteio. “Dei muita sorte em conseguir este apartamento, onde vou poder criar meus filhos com dignidade”, diz. Mariusa vive com o marido e os quatro filhos em uma precária casa de madeira em beira de rio, em local que sofre frequentes alagamentos. Ela pagava aluguel de R$ 600 em uma casa no Barreirinha, mas não conseguiu mais arcar com este valor, então a solução encontrada foi morar na beira do rio.

Adriele de Andrade Pires com marido Luis Fernando e filhos

A dona de casa Adriele Mari de Andrade Pires, de 22 anos, recebeu as chaves de seu apartamento nesta quinta-feira. Ela foi contemplada com uma unidade mobiliada, montada para servir de referência ao programa Minha Casa Melhor, da Caixa Econômica Federal, que permite às famílias a compra de móveis e eletrodomésticos  em condições facilitadas. Nascida e criada na vila Santos Andrade, Adriele, o marido e os três filhos estavam morando de favor na casa da irmã dela.

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