A experiência curitibana na aplicação do pavimento de concreto em corredores de ônibus – hoje denominados BRTs, que em português significa Trafego Rápido de Ônibus — se multiplica para outras cidades brasileiras como Belo Horizonte, Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro e mostra mais uma vez que a capital paranaense sai na frente em obras de infraestrutura urbana. Com mais de 15 quilômetros concluídos de 2009 há 2010 e pelo menos outros 20 km previstos até a Copa de 2014, o sistema ganhou espaço. No inicio de sua utilização o pavimento de concreto era usado em apenas alguns trechos de paradas de ônibus, como nos tubos dos ligeirinhos. No entanto, afirma a engenheira civil e fiscal da prefeitura de Curitiba, Manuela do Amaral Marqueño, “a partir de 1995 o sistema foi implantado na maioria nas canaletas exclusivas/corredores de ônibus”.
Para a Prefeitura de Curitiba, para a escolha do pavimento em concreto nos BRTs algumas vantagens foram decisivas. “Maior durabilidade do pavimento nos locais de aceleração e frenagem dos ônibus, garantia da regularidade do pavimento para permitir a abertura e fechamento das portas dos ônibus, redução do desgaste do pavimento devido a materiais derivados do petróleo provenientes dos ônibus (óleo, etc) e no caso das canaletas exclusivas e demais vias em pavimento de concreto, considerou-se também a durabilidade/maior vida útil, de mais de 20 anos, a menor necessidade de manutenção, redução com custos de iluminação pública em razão de ser mais claro, além, claro, do maior conforto aos usuários”, aponta Manuela.
De fato, a tecnologia vem sendo usada com sucesso na capital paranaense, como nos trechos da Linha Verde e, em terminais de Curitiba como Cabral, Campina do Siqueira, Vila Oficinas, Pinheirinho e nos da região metropolitana, como São José dos Pinhais, Campo Largo, Colombo nos terminais Alto Maracanã, Roça Grande e Guaraituba, e em Araucária no terminal Angélica. Além das obras na Avenida Cândido de Abreu, que contará com cinco pistas em pavimento de concreto.
Com a introdução de novas tecnologias e equipamentos de última geração, hoje o custo inicial do concreto se equivale aos sistemas convencionais. “A evolução dos equipamentos permitiu uma melhoria no que diz respeito à produtividade e qualidade do pavimento, viabilizando a adoção da tecnologia em um número maior de obras.”, afirma o engenheiro Alex Maschio, gerente da ABCP Sul — Associação Brasileira de Cimento Portland, que por meio do projeto Soluções para Cidades, presta apoio técnico a Prefeitura de Curitiba em obras em pavimento de concreto, tanto na elaboração dos projetos como na fase de implantação das obras.
Para ele, “a exemplo de Curitiba, algumas prefeituras já entenderam que deve-se fazer uma análise do investimento e calcular o que é mais vantajoso: o valor inicial ou os benefícios a médio e longo prazo. Inclusive em outros países não só se fazem obras em pavimento de concreto, como é comum a aplicação de maior espessura para prolongar a vida útil dos pavimentos”, conclui.