O Plano de Arborização que sendo implantado gradativamente pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente na cidade conta com ações de remoção de árvores com risco de queda, podas, destoca de raízes, plantio de espécies nativas, respeitando as características urbanas de cada setor da cidade.
Atualmente, as equipes do Plano seguem pelas ruas do Juvevê, Guaíra, Boa Vista e Bigorrilho. “São bairros onde a situação de quedas ocasionadas por temporais era mais crítica, então foram priorizadas”, explica o diretor do Departamento de Produção Vegetal, Edélcio dos Reis. “Além do Plano, a Secretaria mantém equipes de manutenção que fazem o trabalho de rotina em outras regiões”, diz Reis.
Para avaliar os resultados dos primeiros planos, o Departamento de Produção Vegetal da Secretaria do Meio Ambiente analisou o período entre 2006 e 2009.
Em 2006, o número de quedas de árvores nas ruas dos quatro bairros por passou o Plano foi de 127. Em 2007 foram registradas 115 quedas, em 2008 (ano em que começou o plano), 50 e em 2009, 41.
O resultado mais expressivo foi no Bacacheri, onde as quedas passaram de 61 árvores em 2006 para 16 em 2009. No Centro, as quedas diminuíram de 27 para 9 no período, na Vila Izabel de 19 para 5 e no Água Verde, de 20 para 16.
Dados da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL) também indicam diminuição nas interrupções de energia provocadas por quedas de árvores nos bairros que estão com o novo plano de arborização. No Água Verde, as interrupções caíram de 109 vezes em 2007 para 33 em 2009. No Bacacheri, de 51 para 17.
Mapeamento – O Plano de Arborização partiu de um diagnóstico feito em 2006 pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente que avaliou a situação de cada árvore das ruas de 23 bairros da cidade. A primeira avaliação sobre a situação da arborização viária feita pelo município, inventariou 98.622 árvores.
Os técnicos verificaram parâmetros como espécie de cada árvore vistoriada, diâmetro, altura, ramificações, ponto atingido pela copa (como linhas de alta tensão e baixa tensão, sinalização, postes, iluminação, semáforos), condições da calçada e estado fitossanitário, que está relacionado à saúde da árvore (se está morta ou comprometida, boa, com danos físicos, pragas).
Nos quatro bairros com as ações avaliadas, foram removidas 1.302 árvores com risco de queda ou comprometidas por problemas fitossanitários. Em compensação, a Prefeitura plantou cerca de 1.500 mudas de espécies nativas em cada bairro.
As espécies selecionadas para compor a nova arborização são nativas, como Ipê, Pau-ferro, Quaresmeira, Dedaleiro, Sibipiruna e outras. Além do aspecto ambiental e paisagístico, as espécies plantadas têm características mais compatíveis com os equipamentos urbanos, evitando danos em calçadas e tubulações subterrâneas, devido às raízes projetadas para dentro do solo, que não se espalham pelas laterais. Outra vantagem é que essas espécies são mais resistentes a ataques de pragas e exigem menos manutenção.
Mudas antivandalismo – A Prefeitura de Curitiba está mudando o padrão de produção de árvores para evitar vandalismo. Pelo novo método da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, as mudas só irão para a rua quando estiverem mais desenvolvidas e resistentes, com diâmetro de 10 centímetros e altura mínima de 2,5 metros.
Para chegar ao novo porte, as mudas levam até cinco anos. No método antigo, usado há mais de 20 anos pelo Horto Municipal, as mudas eram plantadas com dois centímetros de diâmetro e 1,80 metro de altura, e demoravam três anos para ficarem prontas. Com porte menor, fica fácil de a planta ser arrancada ou danificada.
O primeiro lote de quatro mil mudas produzidas pelo Horto Municipal dentro do novo padrão começou a ser plantado neste mês de maio. A Rua João Reffo, em Santa Felicidade, é a primeira da cidade a ganhar as mudas antivandalismo. As primeiras árvores testadas são Dedaleiros e Ipês, espécies nativas usadas na arborização pública de Curitiba.
Ação do Plano de Arborização Viária de Curitiba
Vila Isabel
Número de árvores analisadas: 2.387
Podas e controle de pragas: 2.350
Remoção de árvores com risco: 227
Plantio: 1.500
Água Verde
Número de árvores analisadas: 5.865
Podas e controle de pragas: 6.222
Remoção de árvores com risco: 648
Plantio: 1.500
*Todas as árvores do bairro passaram por alguma intervenção.
Bacacheri
Número de árvores analisadas: 7.690
Podas + controle de pragas: 4.898
Remoção de árvores com risco: 303
Plantio: 1.500
Centro
Número de árvores analisadas: 2.394
Podas + controle de pragas: 2.226
Remoção de árvores com risco: 124
Plantio: 1.500
Em andamento
Juvevê
Número de árvores analisadas: 1.961
Podas + controle de pragas: 1.533
Remoção de árvores com risco: 221
Plantio: 500
Bigorrilho
Número de árvores analisadas: 4.130
Podas + controle de pragas: 3.962
Remoção de árvores com risco: 168
Plantio: 500
Guaira
Número de árvores analisadas: 2.742
Podas + controle de pragas: 1.979
Remoção de árvores com risco: 58
Plantio: 400
Boa Vista
Número de árvores analisadas: 5.695
Podas + controle de pragas: 5.220
Remoção de árvores com risco: 475
Plantio: 600
24 bairros diagnosticados = 104.317 árvores analisadas
Água Verde, Alto da Glória, Alto da Rua XV, Alto Boqueirão, Bacacheri, Batel, Bigorrilho, Boa Vista, Cabral, Capão Raso, Centro, Fazendinha, Guaíra, Jardim Botânico, Jardim Social, Juvevê, Novo Mundo, Pinheirinho, Portão, Seminário, Sítio Cercado, Santa Quitéria, Vila Hauer e Vila Isabel.
16 espécies nativas foram selecionadas para compor a nova arborização pública de Curitiba: Ipê-roxo, Jerivá, Pau-ferro, Pitangueira, Queresmeira, Sibipiruna, Vacun, Alecrim, Araça, Aroeira-salsa, Cássia-fastuosa, Cássia-anã, Cássia-manduirana, Dedaleiro, Ipê-Alba e Ipê-amarelo.
Todas as espécies são usadas nos bairros para evitar a monocultura. A diversificação evita que uma eventual contaminação afete todas as árvores de uma vez.
12 das espécies são de pequeno e médio porte, com altura de aproximadamente até 10 metros.