O texto original, de autoria do deputado Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), era mais radical e proibia toda publicidade direcionada a menores de 12 anos. O projeto de lei tramitava há oito anos. Agora, segue para a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara e, se aprovado, vai para o Senado.
Ao apresentar o seu voto, o relator, deputado Osório Adriano (DEM-DF), argumentou que o projeto original era um “remédio excessivamente radical, capaz de matar o paciente”. O texto original não só vetava a publicidade para o público infantil como estabelecia regras rígidas determinando como a propaganda de produtos para crianças deveria ser produzida.
FONTE PARA ENTREVISTA:
Erika Herkenhoff*
* Publicitária, professora universitária e diretora regional da agência Competence. Já participou de inúmeros debates e seminários sobre o tema e é uma das principais fontes sobre o assunto atualmente.
DADOS SOBRE O TEMA*:
O mercado infantil no Brasil movimenta mais de 11 bilhões de reais/ano (sem contar o setor de alimentos e bebidas).
Crianças de 3 a 6 anos não têm noção do caro e do barato, são mais impulsivas e gastam dinheiro mais em doces e brinquedos;
Crianças de 7 a 9 anos já têm noção do valor do dinheiro, economizam para comprar o que querem e já passam a desafiar os pais, comportando-se de forma mais independente;
Cerca de 52% das crianças no Brasil têm algum dinheiro;
29% delas têm um ganho semanal;
Mas 32% não têm frequência nesta obtenção de dinheiro;
Com o que as crianças gastam dinheiro?
Doces (52%)
Brinquedos (37%)
Comidas e bebidas (36%)
Por semana, ficam 14 horas assistindo TV e 7 horas no computador/internet;
A publicidade influencia 83% crianças no momento da compra. Outros itens que também interferem na decisão são: Brindes, Personagens e indicação de amigos.
Os personagens preferidos das crianças são: Bob Esponja (19%), Chaves (15%), Scooby Doo (11%), Power Ranngers (9%) e Barbie (8%).
* Dados das pesquisas Kids Power / TNS Interscience 2007, feita com crianças das classes A, B e C, e Kiddos 2006, com crianças de 6 a 11 anos.
Segundo Erika, falar com os pais é uma questão de sobrevivência para as marcas. Ela também destaca a responsabilidade social, a construção de brand equity visando a lealdade dos consumidores e o desenvolvimento de marketing e comunicação com bom senso, respeitando o Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Publicitária, o Conar.
A publicitária também pode falar sobre os seguintes tópicos:
– Como a publicidade pode atuar junto às crianças;
– Em quais produtos de consumo familiar a criança tem influência para decidir a compra;
– Características atuais dos pequenos, em relação ao consumo;
– O que as empresas podem fazer para atrair a atenção deles, sem ferir regras e a ética;
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