Hillel e Johns informam que o GEF destinará esses recursos ao incentivo à biodiversidade alimentar, dando destaque à ligação entre sustentabilidade ambiental e saúde. O Brasil, por meio do Ministério do Meio Ambiente, será um dos países contemplados, como Malásia, Quênia e Turquia, entre outros. “O Brasil certamente receberá a maior parte dos recursos, dado o tamanho do país e o fato de ser um dos mais engajados em questões ambientais e combate à fome, tendo se tornado um exemplo para o mundo”, afirma Johns, que palestrou sobre A interrelação entre biodiversidade, alimentação e saúde pública.
Durante o seminário, Hillel – que estará também na edição de Porto Alegre (dia 30), enquanto Johns segue para São Paulo (dia 28) – ministrou em Curitiba a conferência Os principais desafios das nações em busca da sustentabilidade. Ele diz que o desequilíbrio ambiental é a fonte de todas as doenças, principalmente por causa da forma como o ser humano cria e consome alimentos animais e vegetais.
“Os avanços tecnológicos na produção de alimentos trouxeram progresso, mas com fortes componentes de retrocesso, como a poluição e a perda da diversidade que vêm causando um aumento de doenças, principalmente obesidade, doenças cardiovasculares e diabetes”, diz.
Segundo o biólogo, um dos principais desafios é a o estabelecimento de uma cultura de biodiversidade: “Quase 90% da alimentação humana, hoje, se limita a 15 tipos de vegetais e oito tipos de animais, o que é muito pouco”. Essa nova cultura inclui alternativas de produção e hábitos alimentares. “Com urgência, principalmente, profissionais da área da saúde devem rever conceitos e adquirir novos conhecimentos sobre o que é saudável, a fim de transmitir essas informações a pacientes e clientes”.