Famílias que trocaram beira de rio por casas no Alto Boqueirão recebem visita do prefeito

“A situação da Vila Nova é muito precária porque lá os alagamentos são frequentes. Com a relocação, as famílias ganham a segurança da casa própria, em local que não oferece risco e com toda infraestrutura necessária para a uma boa qualidade de vida”, disse Richa.

O reassentamento será feito em etapas e, nesta semana, beneficiou 19 famílias. Outras 70 serão transferidas para o local até o final deste ano. O Moradias Nilo fica a 200 metros de distância da Vila Nova e está sendo implantado para receber parte dos moradores que serão reassentados.

Com um total de 89 unidades, o empreendimento está sendo executado com recursos da Prefeitura e do governo federal, liberados por meio da Caixa Econômica Federal. O investimento na construção das casas é de R$ 2,1 milhões.

Na visita, Richa estava acompanhado da presidente da FAS, Fernanda Richa, do deputado estadual Mauro Moraes, dos vereadores Beto Moraes e Francisco Garcez, dos diretores da Cohab João Elias de Oliveira e Teresa Gomes de Oliveira, e do administrador regional do Boqueirão, Pablo Morbis.

O prefeito entrou em quatro das 19 casas ocupadas do Moradias Nilo. Na primeira, conversou com o casal Carlos Alexandre de Souza e Loribel Tavares. Eles moraram na Vila Nova por oito anos. Chegaram quando a filha era ainda um bebê e não viam a hora de mudar. “Agora é o começo de uma vida nova”, disse Carlos.

Richa esteve também na casa de Lauro Neri Neves, que é coletor de material reciclável e vai morar no Nilo com um filho. Na ocupação, Neves enfrentou várias inundações e chegou a perder todos os seus pertences numa destas ocasiões. “Graças a Deus, estou em lugar seguro”, falou.

Richa também visitou o casal Ronilda Stestk e Antonio Costa Silva. Para eles, a transferência para o Moradias Nilo foi o mesmo que ganhar na loteria. Eles estavam pagando aluguel por uma casa era pequena, de madeira, com muita umidade, porque não pegava sol nem ventilação. “Foi muita sorte conseguir um imóvel próprio”, disse Ronilda.

A Vila Nova é uma ocupação irregular que surgiu em 1985, numa região baixa e com barreiras físicas que facilitam a ocorrência de inundações. De um lado há um ponto de estrangulamento do córrego Alto Boqueirão, afluente do rio Iguaçu e do outro a via férrea. Por isso, a área estava isolada e não tinha infraestrutura, com ligações clandestinas de água e luz.

Outro problema da área é o adensamento excessivo. A ocupação tem 199 domicílios mapeados pela Cohab, mas a área não comporta mais do que 75 lotes. Por isso, as famílias transferidas para o Moradias Nilo estão satisfeitas com a mudança. A cozinheira Castorina Nunes Proença, que morava havia 20 anos na Vila Nova, conta que “lutou bastante” na ocupação, porque as condições ali eram muito precárias. “Todo mundo sonha em ter um cantinho, uma casa de verdade e, agora, estou realizada”, falou.

O filho de Castorina, Edevaldo Nunes Proença, que é eletricista, também foi reassentado e fez questão de arrumar a casa antes da mudança. Colocou lajota no piso e comprou móveis novos. Ele e a mulher Rosimélia planejam aumentar o imóvel de dois quartos para acomodar melhor os três filhos. “Vamos melhorando a casa aos poucos”, diz Rosimélia.

O projeto de urbanização da Vila Nova, executado pela Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), prevê três áreas para o reassentamento das famílias: o Moradias Nilo, a própria Vila Nova e o loteamento Moradias Jandaia, que recebeu em junho 35 famílias da ocupação.

A transferência das demais 70 famílias para o Moradias Nilo vai ocorrer de forma gradativa, à medida que as casas novas fiquem prontas. Com a saída de 89 famílias da área, a Vila Nova será totalmente reformulada, com um novo desenho urbanístico e casas novas de alvenaria para assentar as 75 famílias que podem permanecer na área. Dos 199 domicílios cadastrados, apenas três ficarão no mesmo local onde estão hoje.

A intervenção no local foi definida em março de 2007, após uma visita do prefeito Beto Richa à área, quando ela estava inundada em função da ocorrência de fortes chuvas na cidade. 

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